Portugal é o país em foco na edição de 2019 da Art Toronto, a feira de arte que se realiza desde 2000 na cidade capital cultural do Canadá. O Walk&Talk – Festival de Artes dos Açores foi um dos projetos convidados para a secção especial “Focus: Portugal” e apresentou de 25 a 27 de outubro um projeto inédito de Maya Saravia e Horácio Frutuoso.Sueno Latino é o título da instalação colaborativa de Maya Saravia e Horácio Frutuoso, comissariada pelo Walk&Talk para ser apresentada no âmbito da secção especial “Focus: Portugal” da Art Toronto. A proposta reúne trabalhos recentes e cruza pesquisas sobre limites da linguagem, movimento, circulação e memória, temas que são transversais à investigação dos dois artistas. Saravia e Frutuoso participaram no programa de residências artísticas e apresentaram projetos expositivos no festival entre 2016 e 2018.
Sueno Latino ocupou um dos stands da feira e recriar o ambiente de um bar, ação que Maya Saravia prossegue das exposições El Olvido, São Miguel, 2018, e Las Golondrinas, Lisboa, 2018, e que em Toronto foi expandida com a espacialização da palavra escrita por Horácio Frutuoso. Em Sueno Latino os visitantes são convidados a conhecer os artistas e o festival, a conversar sobre a instalação, os trabalhos expostos e as questões que estes convocam, ou até a habitar a pista onde se ouve e dança Reggaeton.
Na cidade e na região de Toronto vive uma extensa comunidade de emigrantes portugueses e o “Focus: Portugal” pretende estreitar relações entre os dois países, atuando para valorizar a cena artística portuguesa através de uma
exposição colectiva, com curadoria de João Ribas, que reuniu uma seleção de obras de artistas representados por galerias portuguesas, e da participação, além do Walk&Talk (Ponta Delgada), das
galerias e projetos 3+1 Arte Contemporânea (Lisboa), Carpe Diem Arte & Pesquisa (Lisboa), KUBIK (Porto), UMA LULIK_ (Lisboa), Galeria Fonseca Macedo (Ponta Delgada) e Galeria Duarte Sequeira (Braga).
A participação do Walk&Talk na Art Toronto foi coordenada por Jesse James, co-diretor artístico do festival junto com Sofia Carolina Botelho, e tem como principais propósitos apoiar o reconhecimento internacional dos artistas participantes, do projeto e, paralelamente, promover a região dos Açores no circuito artístico estimulando a visita a São Miguel durante a 10ª edição do festival, com data já agendada para 9 a 19 de julho de 2020.

SOBRE OS ARTISTAS
Maya Saravia nasceu na cidade de Guatemala em 1984. Atualmente vive e trabalha entre a Cidade da Guatemala e Madrid. Estudou Design Gráfico, Belas Artes e História da Arte. Os seus principais interesses são a língua e a natureza da informação, a construção historiográfica da memória coletiva e a forma como estas se interligam com a arte, o conhecimento, a perceção e a experiência. Saravia trabalha em instalação, pintura, design gráfico e arquivo. As suas exposições individuais incluem Las Golondrinas na Balcony em Lisboa e El Olvido no Walk&Talk Açores, ambas em 2018, All Tomorrow’s Parties no Institut für Alles Mögliche em Berlin e Blind Drawings, no Espacio Naranjo em Madrid. Entre as exposições coletivas em que participou, destacam-se: Inhabit the border e Gold Seekers, OTR, Madrid; Maybe we should all be dead, La Erre, Cidade da Guatemala; Heartbreaker, Proyectos Ultravioleta e a XVII Bienal de Arte na Cidade da Guatemala.
Horácio Frutuoso (1991, Porto) vive e trabalha em Lisboa. É licenciado em Artes Plásticas pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, instituição que lhe atribuiu o prémio aquisição de Artes Plásticas 2012/2013. Foi membro do grupo académico de investigação em performance SINTOMA, pertencente ao i2ADS da FBAUP. Co-autor do projeto artístico Expedição entre 2013 e 2015, onde produziu e programou exposições individuais a coletivas, performances, residências, email-art, publicações e colaborações com instituições e espaços artísticos independentes. Na produção do seu trabalho recorre a diferentes meios, estruturando a sua prática a partir do pensamento e organização de uma pintura, onde cruza o design gráfico ou a produção de imagens digitais e performance. Expõe regularmente desde 2009, colaborando com outros artistas em diferentes projetos, destacando-se as exposições: Clube de Poesia, Museu de Serralves, Porto 2019; 100 IMAGENS; uma palavra vale por mil quadros com curadoria de Alexandre Melo, Cristina Guerra Contemporary Art, Lisboa 2018; Haus Wittgenstein, MAAT, Lisboa 2018; H, Balcony, Lisboa 2018.