Em 2020, ano em que se assinala, de 9 a 19 de julho, a 10ª edição do Walk&Talk, a Periférica regressa com um novo formato e passa a organizar-se em torno de um ciclo de conversas que acompanha o desenvolvimento de projetos artísticos nos Açores, sejam estes resultantes de residências, co-produções ou comissões. As conversas programadas vão dar a palavra a artistas, curadoras e curadores, nacionais e estrangeiros, e pretendem promover a partilha de experiências e de conhecimentos, bem como potenciar a expansão das redes de contacto e o surgimento de novas oportunidades para profissionais das áreas da cultura e arte estabelecidos na região.
Além de envolver artistas e curadores que participam em projetos promovidos pela Anda&Fala, o ciclo de conversas Periférica mantém-se aberto no tempo – ao longo do ano poderão surgir novas oportunidades de agenda para conversas e encontros -, e a outros profissionais e estruturas dedicadas à programação artística contemporânea com atividade relevante nos Açores.
Periférica denomina o seminário que a Anda&Fala dedica desde 2016 à reflexão e à partilha de conhecimento enquanto eixos centrais da sua atuação cultural. A realização do encontro tem como principais propósitos envolver artistas e peritos na problematização de questões centrais à comunidade artística e à própria atividade da associação, e contribuir, agregando diversas vozes, visões e competências, para a relevância dos projetos que são desenvolvidos localmente, em particular o Walk&Talk – Festival de Artes e Programa de Residências.
Nos dias 12 e 24 de março, sempre às 19h, o Instituto Cultural de Ponta Delgada acolhe as duas primeiras conversas da Periférica 2020, respetivamente com a curadora Àngels Miralda e com o artista Alex Farrar.
Participações Periférica 2020:
Àngels Miralda foi co-curadora da edição 2019 do Re_Act, um programa de residências artísticas que se realiza na ilha Terceira e da exposição final no Museu de Angra do Heroísmo. Junto com a curadora Irene Campolmi, transformou radicalmente o formato do projeto numa residência de pesquisa capaz de imaginar produções futuras. Na sua conversa na Periférica 2020, Miralda propõe explicar o objetivo do projeto e de que forma os artistas convidados - Jakob Kudsk Steensen, Regina de Miguel e Paul Rosero Contreras -, desenvolveram as suas pesquisas. Paralelamente pretende abordar modelos curatoriais desenvolvidos dentro do quadro mental das ilhas, que se conectam com teorias do comércio, com a cibernética e conceitos de isolamento vs conectividade e de centro vs periferia.
Alex Farrar nasceu em Leeds, no Reino Unido, e vive entre Amsterdão e Londres. Entre as suas exposições individuais destacam-se: Bloc Projects, Sheffield; SE8 Gallery, Londres; Art Rotterdam, Roterdão; Dürst Britt & Mayhew, The Hague; ArcoMadrid; De Appel, Amsterdão; participou também em exposições coletivas: ChaShaMa, Nova Iorque, com curadoria de Darling Green; Copperfield, Londres; Stedelijk Museum, Amsterdão; e P&P Gallery, Tóquio. Realizou residências na Onomatope em Eindhoven e na Rijksakademie em Amsterdão. Farrar recebeu várias bolsas, prémios e comissões, incluindo o Mondriaan Fund’s Stipend for Established Artists, The Tetley’s Collection Artists’ Commission e o EEA Prize. Em 2019 foi seleccionado para o Programa de Residências Artísticas Walk&Talk e está a desenvolver um trabalho inédito que será apresentado na edição de 2020 do festival.